ou até que eu morri...calma não é nada disso, acontece que nao renovei meu visto de estrangeiro
a polícia me pegou com o visto atrasado e me deportou para a palestina...tragico...mas até que nao, visitei minha familia, fui muito bem recebido, fizeram até uma festa, com muitas ervas amargas, vinho e pão azimo, clima de azaração total,um estouro, literalmente, pois a festa foi interrompido por uma salva de tiros de algum povoado que queria dominar a palestina, pelo visto minha terra nao mudou nada.
Mas enfim renovei meu passaporte e aqui estou de volta e com passaporte novo...supimpa.
E aqui esta um post novo para você meu caro leitor, desfrutar das sabias palavras desse nobre judeu semi-virgem.
Aventuras de um Judeu Vegetariano !!
Estava eu voltando da sinagoga a noite, cansado, querendo chegar logo em casa, andando a passos firmes e bem rapido nas ruas frias e mal-cheirosas de carapicuíba, estava a noite, nao havia uma alma viva na rua, todos estavam em suas casas envoltos em seus edredons e eu caminhando cada vez mais rapido, estava com muita fome e a unica coisa que me passava
pela cabeça era a imagem de um suculento bife que estava me esperando em casa, e que estava prestes a ser devorado...quando um tropeço, apenas um tropeço foi capaz de mudar minha vida, minha forma de pensar, e principalmente minha alimentação. Eu levei um tropeção na rua
e quase caí, percebi que o cadarço de meu sapato estava desamarrado, parei em frente a um muro para amarra-lo, quando notei um cartaz um tanto estranho nesse muro, era um cartaz verde com um desenho de um cachorrinho e um porquinho, eles pareciam felizes, animaizinhos
com cara de bocó e uma mensagem "carne é crime, voce gosta do cachorrinho e do porquinho, mas por que você come o porquinho, quem ama não come, carne é crime".
Fiquei refletinho aquela frase, o que será que ela realmente quer dizer ? que o fato de estarmos comendo o porquinho e excluindo o cachorrinho é errado e que também devemos comer carne de cachorro porque são direitos iguais, bom se esse cartaz estivesse na china provavelmente seria um engano pois la eles também comem carne de cachorro. Ou eles querem dizer que comer carne é uma crueldade contra os animais ?, fiquei pensando mais uma vez, se tivesse um cartaz desse tipo na minha terra dizendo "parem de comer carne, seja amigo do cordeirinho, pare de come-lo" isso provavelmente causaria uma guerra religiosa terrível, seria uma catastrofe.
Chegando em casa eu devorei meu bife, e continuei refletindo sobre aquele cartaz, estava muito cansado e acabei caindo no sono. Foi quando eu tive o pior sonho de toda minha vida, sonho não, um pesadelo terrível. No sonho eu eu me vi dentro de uma plataforma de vidro, e tinha a estranha sensação de estar sendo vigiado, o mais estranho era que eu estava me sentindo
meio, gordo e suculento, eu estava soando muito, quando olhei pra minha pele ela estava toda enrugada, e adquirido uma cor marrom, óh não, eu me tornei um bife !!!!!!!!!
e aquilo não era uma plataforma e sim um prato, aquilo escorrendo na minha pele nao era suor e sim gordura, eu estava prestes a ser devorado, fiquei observando apavorado um garfo gigantesto vindo sobre minha direção, eu me esquivava, mas era um garfo muito agil.
Eu felizmente acordei, acordei gritando, estava realmente apavorado, fiquei feliz quando olhei pra minha pele e percebi que eu ja nao era mais um bife, foi apenas um sonho, um sonho
revelador, a partir daquele momento tomei uma decisão, a partir de agora serei vegetariano !!
Agora eu entendi realmente a mensagem daquele simples cartaz, e também entendi a missão que me foi dada, irei lutar pelos direitos dos animaizinhos, eles tem o direito de serem livres.
A primeira atitude a ser tomada foi fazer uma compra revolucionaria, modifiquei o interior de minha geladeira, recheei ela com todos os tipos de verdura, a segunda foi comprar um porquinho, se devo lutar pelos direitos dos animais ao menos eu devo ter um mascote para representar o que estou defendendo. Eu o batizei de Rex, esse era o nome dele, um nome simples para um porquinho, mas para mim ele nao era um simples porquinho, era o Rex, meu braço direito. Todas as manhãs eu fazia caminhada com o Rex, levava ele em uma coleira e atraía olhares estranhos, eu sei muito bem o que aqueles olhares queriam dizer, mas não, nem pensem nisso, vocês não iram comer o meu Rex, ele não sera mais um bacon nos seus sanduíches podres recheados de malvadeza, seus mequetrefes !!
Minha missão ainda nao estava concretizada, me apeguei realmente aos animais, ter somente o Rex como mascote não era o bastante, com o passar dos dias fui adotando mais animais, não cachorrinhos e gatinhos, isso seria muito clichê, adotei animais que ninguem jamais teve a ideia de adotar, os animais esquecidos, tão esquecidos que acabam virando comida, em apenas um semana meu batalhão estava completo, além do Rex, o porquinho, eu também tinha o Alípio (cavalo), a Merilou (galinha), o Fréd (ganso), Gertrudes (a vaca), zooboomafu (o macaco), tico e téco (2 esquilos) entre muitos outros.
Meu habito alimentar também tinha mudado, todas as manhãs eu tomava meu café da manhã com pão com alface e um chá de camomila, não tomava café com leite porque leite vem da vaca, e vaca é carne, também não colocava manteiga no pão porque manteiga vem do leite, e leite vem da vaca. No almoço eu comia arroz, feijão, abobrinha e rucula, tudo isso acompanhado com um delicioso suco de beterraba que mais tinha gosto de barro do que da própria beterraba, mas quem se importa?, barro não é carne, então pode.
Na janta eu apelava, enchia meu prato com um espinafre show de bola e então ia dormir.
Eu mantinha esse cardapio de segunda a sexta, nos fins de semana eu era um pouco mais liberal, chamava a turma pra um churrasquinho la em casa, um espetinho de couve-flor, repolho na chapa e pra complementar uma porçãozinha de cenoura picada em rodelas, tudo isso é claro, acompanhada por uma rodada de suco de beterraba por minha conta, o pessoal nao ia muito com a cara do cardapio, iam embora mais cedo e no final eu acabava comendo tudo sozinho.
Com o passar dos dias eu percebi que a mudança brusca na minha alimentação estava me deixando meio fraco, no começo sempre que eu acordava eu sentia uma tontura, uma dorzinha de cabeça chata e minha vista ficava um pouco embaçada, era apenas quando eu acordava, depois passava, mas com o tempo eu sentia isso sempre, do nada ficava meio tonto e minha vista embaçava, meus amigos do serviço me davam broncas e dizia que eu precisava de carne que tem proteína e bla bla bla, essa baboseira toda, eles viviam me alertando, com o tempo comecei a ficar com olheiras também. Eu realmente estava ficando muito fraco com o passar do tempo, um dia no serviço eu fui me levantar pra ir ao banheiro, ao levantar a cabeça senti aquele maldita tontura, minha vista embaçando e quando eu apenas tropecei no pé da cadeira do meu companheiro de trabalho eu caí no chão, me ajudaram a me levantar e me levaram pro refeitório pra comer alguma coisa, me deram um danoninho e disseram que era a unica coisa que tinha na geladeira pra enganar o estomago e passar essa tontura, eu realmente estava com fome então fui com sede ao pote, abri a tampa e quando eu li o rótulo quase me vi cometendo uma desgraça.
" DANONINHO VALE POR UM BIFINHO", num movimento brusco eu joguei o danone no chão e gritei " AFASTE-SE DE MIM SEU PEDAÇO DE CRUELDADE, COM ESSA APARENCIA ROSADA E COM GOSTINHO DE MORANGO VOCÊ QUER QUE EU CAIA EM TENTAÇÃO"
Meus companheiros de trabalho ficaram me olhando como se eu fosse louco, quando meu chefe chegou em mim e disse "eu te libero pra ir pra casa mais cedo hoje, você não esta nem um pouco bem, voce ta magro, com olheiras, voce nao consegue mais se concentrar no trabalho, vá pra casa, descanse um pouco, você não ta nem um pouco bem.
Voltei pra casa e quando abri a porta levei um baita susto, foi aí que percebi que a situação tinha fugido totalmente do controle, minha casa estava parecendo uma fazenda, estava uma verdadeira zona, o macaco estava comendo as coisas da panela, os esquilos ficavam pulando de um canto pro outro derrubando as coisas da prateleira, derrubaram meu cereal no chão e as galinhas estavam fazendo a maior zona pra comer do chão, a vaca comeu todo as minhas plantas
do jardim que eu tinha cultivado com tanto carinho por tanto tempo e quase infartei quando vi o cavalo cagando bem no meio da sala. Eu fiquei realmente puto, peguei minha carabina e dei um tiro pro alto, mas acho que não foi uma boa ideia, eles ficaram assustados e fizeram ainda mais bagunça, quando de repente eu escuto a campainha tocar, ah, que bela hora pra se receber uma visita, quando fui atender me assustei com a visita, era um agente do ibama, disse que recebeu uma ligação anonima de um vizinho dizendo que nessa residencia se escondia um verdadeiro cativeiro de animais, eu tentei dizer que era apenas um engano e que não havia cativeiro nenhum mas o barulho que esses animais faziam me desmentia, ele olhou bem sério pra mim e me pediu os documentos e disse que eu iria acompanha-lo a delegacia, eu disse pra ele esperar um minuto que eu ia pegar, fechei a porta e então me preparei pra minha mais importante missão, não deixarei eles levarem meus amigos, nunca. Fui pra garagem que ficava nos fundos, levando os animais e os coloquei na capota da minha caminhonete, eram muitos animais, chegou a arriar os pneus traseiros, abri a porta da garagem, entrei no carro, segurei o volante com firmeza, girei a chave, pisei fundo no acelerador e pé na tabua. O agente do ibama não sabia o que fazer então pelo walk-talk chamou reforços.
Foi uma verdadeira loucura, uma verdadeira fuga, a cena mais bizarra de todos os tempos, uma caminhonete correndo em alta velocidade com a capota entupida de animais, parecia uma arca de noé motorizada. Eu costurava o transito com aquela caminhonete lotada, então peguei uma estrada mais tranquila, mas nao diminuí a velocidade, a polícia ambiental também estava atras de mim, eu estava com muito medo mas ao mesmo tempo orgulhoso de mim mesmo, eu era um heroi para aqueles pobres animais, de repente começou a ocorrer alguns imprevistos, como não tinha espaço o suficiente na capota eu coloquei a raposa no banco do passageiro, era um dos ultimos animais que eu tinha pego, era uma raposa que eu achei no quintal de casa, tinha uma calda longa e uma cor estranha pra uma raposa, ele nao era marrom e sim preto com listra branca, não sei o que deu nesse bicho que ele começou a fazer uns grunidos estranhos e começou a exalar um cheiro no minimo estranho, de repente esse maldito cheiro empestiou toda a cabine do carro, um fedor horrível, esse animal deveria estar podre por dentro, e o cheiro ficava cada vez pior, o cheiro começou a embrulhar todo meu estomago, senti algo regorjitando dentro de mim, quando num movimento brusco eu dei logo uma gorfada que se espalhou por todo o para-brisa do lado de dentro do carro, agora a desgraça estava feita, com toda aquela gosma amarelada de comida mal digerida eu nao estava conseguindo enxergar nada, foi então que eu perdi totalmente o controle do carro, liguei o limpador do para-brisa totalmente em vão, pois o que me impedia de enxergar estava do lado de dentro do para-brisa, virei o volante pra ca e pra la, freei meu carro num movimento brusco que todos os animais foram pra frente com muita força e o meu cavalo acabou caindo pra fora da caminhonete e sendo atropelado pelo furgão do ibama, meu carro cada vez mais descontrolado, virava pra esquerda, direita, esquerda, direita e nessa o carro saiu da pista, desceu ladeira abaixo e qndo chegou la embaixo bateu com muita força numa arvore. Por sorte (ou azar) não me aconteceu nada, pois com o impacto meu carro acionou automaticamente o air-bag, os animais sairam correndo e eu por fim acabei numa camisa de força dentro do camburão da polícia, minha unica preocupação era com meu cavalo Alípio, um dia depois fiquei feliz em receber a noticia de que ele estava bem, estava com duas patas engessadas mas passava bem, porcausa do meu excesso de cuidado acabei ficando enjaulado como os animais que eu tanto defendia, voltei a comer carne, e fiquei feliz pois aqui dentro do manicômio minha refeição era bem melhor do que a que eu levava lá fora, e no final percebi que esses animais são bem mais felizes dentro da minha barriga do que na capota de uma caminhonete desgovernada, a única coisa que eu nao gosto aqui nesse sanatório é essas pilulas que me dão, elas me deixam tão...tão...(bocejo)...tão...zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz.
Fim.